quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Paralelos

Olá! Já comentei algumas vezes neste espaço sobre toda a mudança de trajetória profissional que ocorreu na minha vida há alguns anos que fez com que eu abdicasse da Odontologia, carreira que gostava e respeitava muito e enveredasse para o segmento de treinamentos e desenvolvimento humano com ênfase na área comportamental.
Nestes últimos dias estive fazendo paralelos entre os desafios de exercer as duas profissões em âmbitos diferentes. A Odontologia requer muito conhecimento técnico, muita base conceitual, rapidez de raciocínio e destreza manual impressionantes. Além é claro de uma responsabilidade enorme em lidar com a saúde do ser humano. Não muito diferente, minha atual área de atuação requer alguns destes atributos atrelados a uma responsabilidade tão grande quanto, visto que ao falarmos sobre comportamento humano, o compromisso em vivenciarmos em nosso cotidiano o que dizemos é colossal. Então percebi que há dois fatores ainda mais fortes em comum entre ambas. O altíssimo nível de ‘auto exigência’ e de exigência dos outros para conosco.
Nada mais lógico. Se falo sobre comportamentos tenho de ter domínio sobre tudo isto e ser exemplo daquilo que digo. É fato. Só há uma variável em relação a isto. Sou humano. E erro. Muito. Sempre busquei deixar claro isto. Quando somadas a um compromisso pessoal de vivenciar a coerência entre o que faço e o que falo, estas exigências e olhares surpresos de pessoas próximas que não imaginam que possamos passar por problemas corriqueiros formam um turbilhão de pensamentos que passeiam livremente pela minha ‘cabeça animal’.
 Costumo dizer que sou um eterno aprendiz. E foi justamente este pensamento que somado a um equilíbrio que se mostrou bem maior do que imaginava ter fizeram com que as coisas que ultimamente tem ocorrido se amenizassem internamente. Além do mais, fique claro que trabalhar e estudar comportamento humano não me dá nenhuma prerrogativa extra ou ‘super poderes’. Traz mais responsabilidade, isso sim. Percebi que me cobrar em demasia neste sentido seria mais ou menos a mesma coisa de achar que por ser dentista jamais teria problemas de saúde bucal ou que médicos jamais ficam doentes e advogados não podem ter problemas jurídicos.
Sou um ser humano em formação. Que busca melhoria e evolução. E só. Procuro seguir princípios morais e éticos e manter minha retidão de conduta. Entretanto retidão não é a mesma coisa que linearidade. Há pessoas totalmente lineares em seus comportamentos. O problema é adotam uma linha não muito recomendável. 
Hoje acredito em coisas que não acreditava ontem. Talvez amanhã acredite em outras, diferentes das de hoje. Aliás, me dou o direito de ser contraditório. É assim que aprendo e amadureço. Não vejo isto como instabilidade e sim como uma possibilidade estar em constante desenvolvimento e de enriquecer minha jornada, que compartilho com tantos companheiros. O que não muda é a linha de conduta. Esta está acima dos comportamentos.

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