quinta-feira, 28 de junho de 2012


llAo ler estas próximas linhas, você estará na melhor das hipóteses no dia 29/06/2012. Até aí nenhuma novidade e caso esta data não seja seu aniversário ou haja algum compromisso especial marcado, trata-se de um dia como outro qualquer.
Contudo, para servir como um lembrete mesmo, digo que um mês deste ‘ano novo’ já se passou. Aproximadamente 50% dos dias do ano já escaparam pelo vão de seus dedos. E a pergunta é: lembra-se daqueeeelas promessas que fez para o ano novo? Estão em andamento?
Já se matriculou na academia ou no curso de inglês? Começou a dieta? Retomou os contatos que prometeu a si mesmo retomar? Prestou vestibular? Distribuiu os currículos para tentar uma nova chance ou uma mudança de ares profissionais? Passeou? Viajou? Leu os livros ou viu os filmes que estavam atrasados? 
É possível que várias destas coisas ainda não tenham sido feitas. Não se culpe. Faz parte do padrão usual do comportamento da maioria assustadora dos seres humanos. As festas de fim de ano servem como uma linha demarcatória, um novo ponto de partida onde na teoria parece ser o momento ideal para dar um basta em algumas coisas e priorizar outras. No entanto, se formos pensar friamente, para a mente inconsciente não passa de um dia depois de outro. Do dia 31 para o dia 1º, nada mudou. Naquele dia, amanheceu, anoiteceu, você comeu, bebeu (às vezes até demais), dormiu. Tudo o que sempre faz nos outros 364 dias do ano. Portanto, para sua mente inconsciente foi um dia comum. Só o seu consciente sabia que se tratava de uma data ‘diferente’. O que quero dizer com isso?
 Fique atento. Se não perceber daqui a pouco mais um ano se passou e mais uma vez muitas coisas, ficarão pelo caminho. Foi assim em 2009, 2008, 2007... Entretanto, tenho uma boa notícia. Historicamente, pessoas que conseguiram realizar seus sonhos, desejos e conquistar seus objetivos conseguiram isto em curtos espaços de tempo. Mesmo aquelas que começaram tarde, na maioria das vezes chegaram lá. 
Sabe como algo mágico parece que acontece? Como se na realidade nossos sonhos estivessem ali parados só esperando que fôssemos buscá-los? Mais ou menos assim. Conheço pessoas que se realizaram depois dos 60 anos, outras que antes dos 30 já se consideravam plenas. Até porque estamos falando de conceitos subjetivos. Felicidade, realização, conquistas, tudo que diz respeito a conceitos puramente pessoais. 
Ressalto a importância de buscar o que se deseja. Não deixe as coisas para depois, faça o que tem de ser feito, por mais difícil e trabalhoso que pareça. Você perceberá que como em uma brincadeira de Lego ou no bom e velho ‘cubo mágico’ uma simples mudança de ‘peças’, uma pequena alteração no cenário atual gera automaticamente um ‘encaixe’ de outras peças que a princípio nada tinham a ver com a situação, mas que se acomodam em conseqüência de uma atitude. Experimente. Faça algo que se comprometeu a fazer. E verá como o panorama se altera. Você vai adorar esta experiência.

Dr. José Carlos Carturan Filho é Cirurgião Dentista, Especialista em Medicina Comportamental e MBA em Gestão de Saúde e Mkt

quinta-feira, 21 de junho de 2012

A Lição do Fogo


llParticularmente e pelas experiências que já tive em diversas situações, tanto relacionadas à cura quanto em situações corriqueiras de nossa vida, onde é importante passarmos uma mensagem especial a alguém, acredito que as metáforas são uma maneira única de conseguirmos passar esta mensagem para que a outra pessoa consiga absorver o conteúdo de um jeito muito especial e consistente.
Esta que compartilho com vocês nesta semana, utilizei há pouco tempo com um grande amigo. Ele mostrava-se desesperançoso e desanimado em relação a seu trabalho, apesar de ser um ser humano muito bacana, ótimo profissional e que trabalha naquilo que gosta. O sorriso e o agradecimento que recebi comprovaram que o resultado foi imediato.
Diz a lenda que um membro de um determinado grupo ao qual participava e prestava serviços regularmente, sem nenhum aviso, deixou de participar de suas atividades.
Após algumas semanas, o líder daquele grupo decidiu visitá-lo. Era uma noite muito fria. O líder encontrou o homem em casa sozinho, sentado diante da lareira, onde ardia um fogo brilhante e acolhedor. Adivinhando a razão da visita, o homem deu as boas-vindas ao líder, conduziu-o a uma grande cadeira perto da lareira e ficou quieto, esperando. O líder acomodou-se confortavelmente no local indicado, mas não disse nada. No silêncio sério que se formara, apenas contemplava a dança das chamas em torno das rachas de lenha, que ardiam.
Ao cabo de alguns minutos, o líder examinou as brasas que se formaram. Cuidadosamente selecionou uma delas, a mais incandescente de todas, empurrando-a para o lado. Voltou então a sentar-se, permanecendo silencioso e imóvel.
O anfitrião prestava atenção a tudo, fascinado e quieto. Aos poucos a chama da brasa solitária diminuía, até que houve um brilho momentâneo e seu fogo apagou-se de vez. Em pouco tempo o que antes era uma festa de calor e luz, agora não passava de um negro, frio e morto pedaço de carvão recoberto de uma espessa camada de fuligem acinzentada.
Nenhuma palavra tinha sido dita desde o protocolar cumprimento inicial entre os dois amigos. O líder, antes de se preparar para sair, manipulou novamente o carvão frio e inútil, colocando-o de volta no meio do fogo. Quase que imediatamente ele tornou a incandescer, alimentado pela luz e calor dos carvões ardentes em torno dele.
Quando o líder alcançou a porta para partir, seu anfitrião disse:
- Obrigado. Por sua visita e pelo belíssimo sermão. Estou voltando ao convívio do grupo. Que o Pai Celestial te abençoe.
Dr. José Carlos Carturan Filho é Cirurgião Dentista, Especialista em Medicina Comportamental e MBA em Gestão de Saúde e Mkt

quinta-feira, 14 de junho de 2012

A caverna


llEste é um dos mitos mais antigos e significativos da humanidade. Imaginemos uma caverna separada do mundo externo por um muro alto. Entre o muro e o chão da caverna há uma fresta por onde passa um fino feixe de luz exterior, deixando a caverna na obscuridade quase completa. 
Desde o nascimento, geração após geração, seres humanos encontram-se ali, de costas para a entrada, acorrentados sem poder mover a cabeça nem se locomover, forçados a olhar apenas a parede do fundo, vivendo sem nunca ter visto o mundo exterior nem a luz do sol, sem jamais ter efetivamente visto uns aos outros nem a si mesmos. Abaixo do muro, do lado de dentro da caverna, há um fogo que ilumina vagamente o interior sombrio e faz com que as coisas que se passam do lado de fora sejam projetadas como sombras nas paredes do fundo da caverna. 
Do lado de fora, pessoas passam conversando e carregando nos ombros figuras ou imagens de homens, mulheres e animais cujas sombras também são projetadas na parede da caverna, como num teatro de fantoches.
Um dos prisioneiros, inconformado com a condição em que se encontra, decide abandoná-la. Fabrica um instrumento com o qual quebra os grilhões. De inicio, move a cabeça, depois o corpo todo; a seguir, avança na direção do muro e o escala. Enfrentando os obstáculos de um caminho íngreme e difícil, sai da caverna. No primeiro instante, fica totalmente cego pela luminosidade do sol, com a qual seus olhos não estão acostumados. Sente-se dividido entre a incredulidade e o deslumbramento.
Ao permanecer no exterior o prisioneiro, aos poucos se habitua a luz e começa a ver o mundo. Encanta-se, tem a felicidade de ver as próprias coisas, descobrindo que estivera prisioneiro a vida toda e que em sua prisão vira apenas sombras. Certamente, desejará ficar longe da caverna para sempre e lutará com todas as forças para jamais regressar a ela. No entanto não pode deixar de lastimar a sorte dos outros prisioneiros e, por fim, toma a difícil decisão de regressar ao subterrâneo sombrio para contar aos demais o que viu e convencê-los a se libertarem também.
Só que os demais prisioneiros zombam dele, não acreditando em suas palavras e, se não conseguem silenciá-lo com suas caçoadas, tentam fazê-lo espancando-o. Resumidamente esta história refere-se ao Mito da Caverna, do filósofo Platão. Fique atento. Por mais que você queira, na sua vida, sair da “caverna” em busca de algo mais, haverá pessoas que insistirão em zombar de você e agredi-lo. Não necessariamente por maldade. Mas principalmente por limitarem-se a viver a vida acorrentados a coisas que não os levam a lugar algum. Por mais que existam obstáculos no início, siga seu caminho, busque seus objetivos, realize seus sonhos. Há em você um potencial infinito, que talvez até mesmo você desconheça. 

Dr. José Carlos Carturan Filho é Cirurgião Dentista, Especialista em Medicina Comportamental e MBA em Gestão de Saúde e Mkt

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Efeito Placebo


llA palavra placebo deriva do latim “placere”, que significa “agradar”. Como definição, placebo pode ser qualquer tratamento que não possui ação específica nos sintomas ou na doença, mas que de alguma forma pode causar efeito no paciente.
Já o conhecido “efeito placebo” diz respeito aos resultados obtidos a partir da administração de um placebo, sendo que recentemente pode também ser atribuído a procedimentos médicos sem o uso de fármacos, assim como a tratamentos sem comprovação científica, mas que podem causar melhora nos pacientes.
Para que se tenha idéia do poder do efeito placebo, um estudo realizado na Universidade de Harvard, testou sua eficácia em distúrbios como dor, hipertensão e asma e o resultado apontou para melhora no quadro em 30 a 40% dos pacientes. Isto significa que este percentual de pacientes obteve melhora sem que estivesse sendo administrado algum medicamento efetivamente. A melhora ocorreu porque estes pacientes acreditavam estar tomando a medicação.  
Pesquisadores desta área explicam que além da ação farmacológica natural do medicamento, existem alguns efeitos que acontecem mesmo quando são administradas substâncias sem efeito farmacológico. O efeito placebo é tão misterioso que alguns pacientes relatam até mesmo os efeitos colaterais que são causados pelos medicamentos que na verdade não estão tomando, o que pode causar certo desconforto e requerer reavaliação por parte da equipe médica.
Fisiologicamente, o efeito placebo é considerado como um efeito orgânico causado no paciente através de estímulos abstratos ou simbólicos. De forma mais simples, isto diz que o importante é a realidade presente no cérebro e não a realidade farmacológica. 
A expectativa do paciente frente ao tratamento pode ampliar, anular e reverter os efeitos da droga e até mesmo fazer com que drogas inertes provoquem efeitos que não podem ser causados por elas. Esta expectativa, positiva ou negativa, pode ser gerada pela confiança na equipe médica, pelo uso anterior de alguma medicação ou por informações obtidas por leitura ou através de outras pessoas.
Todos estes dados e alguns casos bastante conhecidos criam a questão de o quanto nossa mente, nosso estado emocional pode interferir no processo ‘doença versus cura’. A observação de casos onde um grupo de pacientes é dividido e, logicamente sem saber, metade recebe a medicação convencional e a outra metade recebe placebo demonstra resultados extremamente semelhantes. Ambos os grupos acreditam estar recebendo a medicação verdadeira e obtém resultados similares por causa disto. 
Dr. Ernest Rossi, estudioso dos processos de cura mente-corpo, diz que as histórias de cura espontânea são menosprezadas pela ciência como resultados não confiáveis, porque acabam seguindo a premissa do "não é comprovado, portanto não é real". Uma coisa é certa. A ciência tem sido obrigada a admitir cada vez mais a existência de mecanismos que ainda não tem comprovação, mas apresentam resultados altamente eficazes. 

Dr. José Carlos Carturan Filho é Cirurgião Dentista, Especialista em Medicina Comportamental e MBA em Gestão de Saúde e Mkt