quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Mentiras essenciais. Verdades simples.

llEste é o título de um bom livro que li faz algum tempo, do autor Daniel Goleman que ficou conhecido pelo grande sucesso de outra obra, chamada “Inteligência Emocional”, um divisor de águas no período de sua publicação na década de 90 e que serviu como referencial para várias pesquisas e estudos que elevaram as ciências do comportamento a patamares altíssimos.
No entanto, este livro que tem o mesmo título do artigo foi de grande valia para mim, tanto em meus estudos como na aplicação de seus conceitos em minha vida. A leitura em si é bastante técnica e densa. 
Em suma, há uma abordagem extensa e profunda sobre aspectos comportamentais e principalmente sobre algo que fazemos em nosso cotidiano. Uns fazem mais, outros menos. Dar desculpas e justificativas. Conhece alguém que faz isto? Algum parente, vizinho ou amigo? Ou você mesmo vive fazendo?
Imagine um fato. Por exemplo, um tio seu é alcoólatra. Isto é um fato, uma ‘VERDADE SIMPLES’. Nua e crua. Alguma decisão precisa ser tomada a respeito. Contudo, os familiares quando colocados frente à situação, dizem coisas como: “Puxa esta ansiedade está fazendo com que ele beba” ou “Ah! Isto é assim mesmo, sempre que fica feliz (ou triste, preocupado, cansado) ele bebe”. Só que isto acontece ‘de vez em sempre’. E em vez da família encarar o fato, arruma estas desculpas e justificativas, as tais ‘MENTIRAS ESSENCIAIS’. Ou seja, arranjamos mentiras que enganam a nós mesmos, mas que são essenciais para que não tenhamos que encarar a realidade como ela é.
E porque fazemos isto? Para nos livrar da dor e sofrimento que estas situações trazem. Fica mais simples e confortável justificarmos.
Este é um mecanismo mais do que comum no comportamento humano. O problema é que não temos idéia do quão nocivo ele é. A simples falta de discernimento em não encararmos nossos problemas e as situações que passamos na trajetória da nossa vida faz com que nos mantenhamos sempre em uma posição passiva em relação a eles.
E eu pergunto: Se há algo que tem de ser resolvido em minha vida, quem resolverá por mim? Muito bem, resposta certa. Apenas eu posso tomar as rédeas da situação e resolvê-la, tomar as decisões, buscar recursos para resolvê-la da maneira mais equilibrada possível.
Mas as coisas não param por aí. Cada vez que “finjo” que não há nada de errado e permaneço estagnado, esperando que as coisas se resolvam por si (e já percebeu que isto nunca acontece?) acabo sofrendo as conseqüências, normalmente no futuro.
Certamente uma das premissas das pessoas que atingem seus objetivos e conquistam seus sonhos é a de não ‘tapar o sol com a peneira’ e tratar as situações da vida de maneira objetiva e direta, justamente porque normalmente nosso êxito depende exatamente das soluções e resoluções dadas a estas questões.
Sinceramente, você tem dado a devida importância às verdades simples de sua vida e tentado resolvê-las ou está arrumando mentiras essenciais para justificar a falta de atitude?

Dr. José Carlos Carturan Filho é Cirurgião Dentista, Especialista em Medicina Comportamental e MBA em Gestão de Saúde e Mkt

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Procrastinação

llTudo bem. Concordo que a palavra seja realmente esquisita. Talvez você nunca a tenha ouvido antes, mas certamente já caiu na armadilha deste hábito. E o que é pior, talvez isto seja uma atitude que você tem mais rotineiramente do que imagina.
Sabe quando você precisa resolver algo e diz para si mesmo ou para alguém: “Ah...amanhã eu faço”. E este amanhã vai ficando para depois de amanhã e às vezes nunca chega.
Procrastinar é deixar para depois, adiar. Lembra-se quando tinha de estudar para a prova e deixava para a última hora? Ou aquele compromisso que você sabia que deveria ter marcado e deixou para lá? Pois é, você procrastinou.
Este é um hábito que em algum nível atinge mais de 60% da população. Quando acontece de vez em quando, tudo bem. Afinal você tem o direito de estar cansado ou sem disposição para fazer algo naquele exato momento. O problema acontece quando isto se torna uma atitude constante.
Pesquisas da Universidade de Windsor, no Canadá, comprovam inclusive que os procrastinadores têm normalmente mais estresse e problemas agudos de saúde do que aquelas pessoas que concluem suas tarefas no momento oportuno. E talvez você se pergunte: Ué, mas aquele que é “cuca fresca”, que deixa as coisas para depois não deveria teoricamente ser mais tranqüilo e ter uma saúde melhor?
A linha de raciocínio não está totalmente incorreta. O grande problema é que a procrastinação gera um acúmulo de tarefas posterior e um desprendimento muito maior de esforço e energia para a resolução destas situações. Como exemplo, voltamos ao caso dos estudos. Se as pessoas estudassem a matéria pouco a pouco, fizessem os trabalhos, entregassem as tarefas, não precisariam passar noites em claro no final do ano estudando um volume muito maior de matéria. No entanto, segundo outra pesquisa sobre o assunto da Universidade de Calgary no Canadá relata que entre os universitários a procrastinação atinge inacreditáveis índices de 90%. 
Porém o fato mais preocupante é que para alguns a procrastinação serve como “fuga”. Em determinadas situações, o “deixar para depois” serve como uma interessante alternativa para evitar um suposto fracasso, para o receio de cometer erros ou obter um mau desempenho.
 Outro fator determinante para a procrastinação é a indecisão. Quando as pessoas não sabem qual decisão tomar, acabam deixando esta decisão para “quando não tem mais jeito” e assim ao tomarem a decisão, inconscientemente se defendem dizendo a si mesmo e aos outros que certamente poderiam ter feito melhor se tivessem mais tempo ou tivessem começado antes. Ou seja, em muitas ocasiões a procrastinação serve como álibi.
A procrastinação pode ser considerada nociva quando interfere no rendimento, na qualidade de vida da pessoa em questão e das pessoas que estão ao seu redor, seja em ambiente profissional ou até mesmo familiar. Infelizmente o que acontece é que diversas oportunidades são desperdiçadas, pois não são aproveitadas no momento exato que aparecem.
É fundamental que você assuma de uma vez por todas o controle da sua vida. Se quiser ser feliz, faça isso agora.
Ou vai procrastinar mais uma vez?

Dr. José Carlos Carturan Filho é Cirurgião Dentista, Especialista em Medicina Comportamental e MBA em Gestão de Saúde e Mkt

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

O que você faria?

llO que você faria na sua vida se soubesse que não iria fracassar? Você entendeu minha pergunta? Tudo bem, vou repeti-la. O que você faria se soubesse que não iria fracassar? 
Isso mesmo. Quais decisões você tomaria na sua vida, se por algum motivo você tivesse a plena certeza que não haveria a mínima possibilidade de algo dar errado?
Imagine que um belo dia você encontrasse uma lâmpada mágica, um gênio, um anjo ou tivesse a oportunidade de ter uma conversa direta com o Pai Celestial e recebesse a garantia de que não haveria erro. O que você fizer dará certo.
Você saberia responder? Pode ser em sua vida pessoal, afetiva, profissional, financeira, qualquer um dos segmentos.
Mais uma vez: O que você faria se soubesse que não iria fracassar?
Pediria aumento? Daria entrada para obter a sua tão sonhada casa própria? Tomaria coragem para convidar para um cinema aquela pessoa que há tanto tempo você vem paquerando? Mudaria de profissão? Investiria em você? Faria aquela reforma tão desejada em sua casa? Viajaria para aquele lugar tão sonhado?
Pois é, talvez as respostas tenham vindo à sua mente, mas talvez você esteja surpreso, justamente por não saber o que você realmente tem desejo de fazer. Mais há ainda um agravante. Em certas ocasiões não temos esta resposta ou ainda que tenhamos a resposta, ficamos hesitantes em responder, justamente porque o medo do fracasso é um dos sentimentos que mais paralisa o ser humano.
Sabe aquilo que sentimos quando estamos prestes a tomar uma decisão e na hora “H”, acabamos por não tomá-la? Quando temos algo a fazer e não fazemos? Muitas vezes este sentimento que toma conta de nós é o tal medo do fracasso. 
Agora, faça o mecanismo inverso. Pense em alguém que para você seja um símbolo de sucesso. Já lembrou? Agora me responda novamente. Você concorda comigo que em algum momento estas pessoas também tiveram de tomar decisões? E você realmente acredita que elas não hesitaram, não titubearam em nenhum momento? Certamente hesitaram e ficaram inclinadas a desistir, mas houve algo maior, mais forte, mais intenso que fez com que elas prosseguissem. O quê foi este algo? Desculpe, mas isto você terá de descobrir por si mesmo. 
Mas terá de experimentar. Quando tiver algo a fazer e sentir aquela vontade de desistir, aquele medo de fracassar, terá de ir adiante. Ao menos uma única vez. E talvez se surpreenda com os resultados. Por experiência pessoal, posso afirmar-lhe uma coisa: Já senti este mesmo sentimento várias vezes e em certas ocasiões sinto-o até hoje. Mas o que obtive de mais precioso em minha vida, obtive quando rompi esta barreira.
E tenho certeza que você também já conquistou coisas e objetivos que nem mesmo você acreditava ser capaz. Lembre-se destes momentos. Certamente você também já rompeu este “muro” chamado “medo de fracassar”. Talvez esta seja a única distância entre quem tem e quem não tem sucesso, quem alcança e quem não alcança seus objetivos. Decidir romper ou não esta barreira. Acredite em você e tome boas decisões.

Dr. José Carlos Carturan Filho é Cirurgião Dentista, Especialista em Medicina Comportamental e MBA em Gestão de Saúde e Mkt

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Posso, devo, quero

llSempre pensei muito nisso. Na dificuldade que o ser humano tem em tomar decisões. É fato que alguns têm mais que outros. Para alguns a indecisão é um dos grandes adversários e oportunidades são desperdiçadas pela hesitação. E minha dúvida era sobre qual afinal seria o motivo disto acontecer. 
Creio que basicamente porque as decisões e outras circunstâncias da vida das pessoas se dividem em uma tríade: o que querem, o que devem e o que podem fazer. Pode reparar. Há coisas que as pessoas querem fazer e às vezes até podem, têm a chance de fazê-la, mas no fundo sabem que não devem. Muitas vezes ainda assim fazem e as consequências podem ser desastrosas. Um exemplo dentre dezenas? Beber e dirigir. Por mais que as leis impeçam, o livre arbítrio às vezes libera. 
Há aquelas outras coisas em que as pessoas podem fazer, devem fazer, mas não querem... Exemplos? Fazer exercícios físicos, parar de falar mal da vida alheia, entre outros. Há também aquelas que as pessoas querem fazer, devem fazer, mas não podem. Por quê? Muitas vezes porque alguns comportamentos como timidez, insegurança, as limitam. Não podem? Pois é, muitas vezes os comportamentos literalmente impedem alguns de realizar coisas.
O mais complexo nesta situação toda é conseguir conciliar estes três fatores: o que podemos, devemos e queremos fazer, ao contexto. Porque o contexto é formado pelo ambiente externo e suas normas, leis e padrões de moral e ética e pelo ‘ambiente interno’ que é o universo particular que existe dentro de cada um de nós. 
Às vezes quando internamente as pessoas se sentem preparadas para tomar uma decisão o ambiente externo e suas leis a impede (e cá entre nós, muitas vezes isso é ótimo) e em outras o ambiente externo é até propício, mas as ‘leis’ internas, normalmente calcados em valores e crenças pessoais acerca do mundo e de si mesmo não deixam que esta decisão seja tomada. O que tudo isto tem de importante?
Talvez você nem imagine o quanto. Muita gente sofre demais por ser indeciso, pode acreditar. Alguns simplesmente não conseguem tomar nem pequenas decisões e acabam ficando a mercê das circunstâncias da vida ou pior, das decisões que outras pessoas tomam por elas. 
Normalmente as decisões mais acertadas ou ao menos as mais éticas são aquelas que estão ligadas ao que podemos, devemos e queremos fazer. Infelizmente nem sempre estas três variáveis são contempladas simultaneamente. Mas, não deixe que isto atrapalhe suas escolhas. Mesmo porque, pior do que tomar a decisão errada é não tomar nenhuma decisão.

Dr. José Carlos Carturan Filho é Cirurgião Dentista, Especialista em Medicina Comportamental e MBA em Gestão de Saúde e Mkt