quinta-feira, 2 de junho de 2011

Adianta?

Muitas pessoas, sem perceber, pautam sua vida em uma perigosa premissa. A de querer sempre agradar aos outros. Há algum tempo ouvi de uma pessoa muito querida, daquelas que passam na nossa vida e deixam uma marca positiva, um aprendizado consistente que não adiantava querer agradar a todos sempre. Por dois motivos: o primeiro porque isto é absolutamente impossível, já que quase que automaticamente ao agradar uns iremos desagradar outros e em segundo lugar porque muitas vezes para agradar alguém temos de desagradar a nós mesmos.
Todo este parágrafo inicial parece meio clichê, coisa de revista de banalidades, mas esta questão tem uma raiz bem mais profunda e repercute na nossa vida de um modo que não podemos imaginar. Desde pequenos somos educados, criados para atender às normas e padrões vigentes. Até aí nenhum problema, já que são importantes algumas diretrizes que nos possibilitem viver em comunidade. O problema é que ao tentarmos sempre nos ajustar aos padrões que nos são impostos por pais, professores, amigos e a sociedade de modo geral vamos aos poucos perdendo nossa individualidade. 
Em determinados momentos é importante que nossas capacidades, nossos desejos, nossos sonhos sejam priorizados. Contudo é justamente nestes momentos que diversas influências externas tendem a nos tirar do caminho, pois surge um terrível dilema: devo fazer isto? Mas o que os outros vão pensar? Talvez ‘fulano’ se chateie comigo... Isto é muito comum, por exemplo, na escolha de uma profissão, quando a pessoa quer fazer algo específico e é influenciada a fazer ‘um algo’ diferente daquilo. Conheço dezenas de pessoas que até hoje sofrem com isso. Em outros segmentos da vida, também não é diferente. Hoje pessoas colhem frutos, às vezes não muito saborosos, de escolhas que fizeram para agradar outras.
Relaxe. Isto é mais comum do que se imagina. Já aconteceu comigo, com você e com pessoas que conhecemos. Temos apenas de estar atentos para que isto não se torne uma constante. O ser humano tem uma necessidade enorme de ser aceito, de sentir-se bom o suficiente, sentir-se adequado ao contexto em que vive ou receber julgamentos positivos. O problema maior reside no fato de, sem percebermos, deixarmos de lado nossa real identidade, nossos reais desejos e seguirmos nosso caminho sendo guiados por desejos e sonhos que não são nossos.
Os resultados disto? Posso afirmar que nenhum muito positivo. Frustração, insatisfação, dificuldade de auto aceitação, pois agradando aos demais nos distanciamos do que somos e do que realmente queremos, o que em algumas situações gera uma terrível ruptura com padrões pessoais que nos norteiam e com nosso real propósito de vida. 
Enfim, um conflito interno que gera ansiedade, desmotivação, estresse, tristeza, angústia e outros sentimentos que são extremamente nocivos para a saúde física, emocional e mental. Ficam então algumas perguntas: Adianta? Será que de um jeito ou de outro não seremos julgados pelas pessoas? Não seria então mais adequado buscarmos os nossos sonhos? Então por que não fazemos isto? Vale refletir, não é?

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