quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Realidade ambígua

llDe acordo com o Censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) realizado em 2011 a média da expectativa de vida do brasileiro subiu para 74 anos. O dado é bastante relevante visto que em 1980 a expectativa de vida girava em torno de 62 anos. 
Sem dúvida, uma ótima notícia. Ao menos por um lado. Sim, porque há outras variáveis envolvidas nisso. 
De maneira bem objetiva é perceptível que o país não está preparado para absorver essa nova demanda. Há poucas políticas específicas para gerar qualidade de vida e uma velhice digna a essas pessoas. Para não irmos muito longe vale citar o sistema de previdência falido há décadas que terá de suprir por mais tempo esses idosos. Somado a isso políticas de saúde, moradia, inclusão e trabalho praticamente inexistem. Exagero? Então leia esses dados:
Após 40 anos de trabalho, de cada 100 brasileiros vivos cerca de 70 estarão dependentes do governo, da família ou de caridade alheia, cerca de 25 ainda terão de trabalhar para se manter, 4 conseguirão se aposentar com tranquilidade financeira e apenas um estará rico. 
Novamente de modo objetivo, quase 90% dessas pessoas serão dependentes da previdência pública já falida e cujo déficit, pelos motivos óbvios explanados acima só aumentará. Não sou expert em economia para perceber que a situação é crítica, mas cá entre nós, precisa? 
Admira-me a displicência com que o assunto é tratado pelos nossos “nobres representantes”. Como soluções, a criação de políticas de atendimento e a conscientização inclusive de profissionais dos mais diversos setores que estão muitas vezes despreparados para atender esse público que possui peculiaridades.
E por outro lado, poderíamos tratar o problema de modo preventivo. Se hoje cerca de 90% das pessoas permanecem dependentes financeiramente é também porque talvez nunca tenham sido orientadas a como gerenciar seu dinheiro de forma equilibrada e ter alternativas de renda que complementem a normalmente mísera retribuição que é dada ao aposentado depois de anos de contribuição ao sistema previdenciário.
Seria bem inteligente orientar essas pessoas que ainda estão no seu período de contribuição sobre possibilidades que façam com que ao se aposentarem possuam alguma renda residual que as permita viver de modo mais digno.
Desse modo, ganham todos. O país, que terá futuramente idosos que não dependam exclusivamente de seus serviços (saúde, transporte, etc), as pessoas que terão melhor qualidade de vida e a economia que terá mais equilíbrio e solidez.
Barato, simples e rápido. Mas... Seria interessante? Talvez não. Historicamente quem sabe lidar com finanças, leva vantagem sobre quem justamente não tem as informações. É mais fácil (mais uma vez) deixar as pessoas na ignorância e fingir que nada está acontecendo. Pois é, nem as notícias boas podem ser totalmente comemoradas.

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