quinta-feira, 28 de julho de 2011

Não sei se habitualmente você compartilha comigo estas simples linhas que escrevo semanalmente, mas talvez tenha reparado que frequentemente incluo perguntas no título ou no decorrer do texto.
As perguntas têm duas finalidades: A primeira é gerar possíveis reflexões acerca do tema e a segunda é suscitar respostas para questões que tem a ver com minha vida, para que eu possa obter opiniões diferentes e levá-las em consideração antes de fechar (ainda que provisoriamente) um determinado ponto de vista dentro de minha ‘cabeça animal’.
Pois bem, a pergunta título da coluna foge um pouco do significado que pode ter à primeira vista. Geralmente quando lemos algo do tipo, isto suscita em nós a projeção de onde queremos chegar ou de como faremos para nos destacar e obter o famigerado sucesso em uma sociedade tão competitiva e dinâmica.
Contudo, neste caso especificamente, a pergunta tem o objetivo de inverter este padrão de entendimento.  A resposta tem a ver com: Qual é o limite entre a ‘ação’ e a ‘não ação’. Quando devo agir? Quando devo esperar? E se for o momento de agir? Como deve ser esta ação?  Até onde posso ir para alcançar este sucesso, reconhecimento ou o que quer que seja? Alguns limites pessoais, gerais, sociais e éticos devem ser respeitados? Ou vale tudo?
Se a resposta é sim, vale tudo, ok. Adota-se a política do ‘salve-se quem puder’ e que se danem tudo e todos. Se a resposta for NÃO, não vale tudo e existem certas demarcações que ainda que subjetivas devem ser respeitadas, quais são estas demarcações? Repito. Até onde podemos ir?
Complicado, não é? Ainda mais quando estes limites não são regidos apenas por leis, mas sim por percepções, linha de conduta pessoal e bom senso. Quando somamos a isto a uma sociedade carente de bases morais e éticas sólidas e que produz relações humanas cada vez mais impessoais, egoístas e focadas na obtenção do resultado ‘custe o que custar’ o barril de pólvora fica prestes a explodir.
Isto faz com que a busca por reconhecimento, valorização, pelo sucesso acabe distorcendo a capacidade de distinguir entre o certo e o errado. Nestes momentos, a tal ‘lei da selva’ invade o pretensamente chamado ‘mundo civilizado’ e faz com que os instintos mais viscerais dos seres humanos, aqueles que herdamos de nossos ancestrais e foram somados a uma preocupante capacidade de raciocinar friamente, aflorem e nos façam perder facilmente este sutil referencial. O referencial de até onde podemos ir.
Isto é muito perigoso. Podemos cair na armadilha de usar estratégias não muito recomendáveis e transpor esta barreira. Obviamente a discussão é infindável, já que como disse anteriormente estes limites são pessoais e podem ser alterados de acordo com a circunstância. Como diz o ditado: ‘Na prática a teoria é outra’. Talvez seja por isso que a máxima de Maquiavel de que ‘Os fins justificam os meios’ ainda seja tão praticada. O desafio é manter a linha de conduta independente da situação. Ter para si muito claramente quais são estes limites pessoais e não variar estes padrões de acordo com interesses e fatos pontuais

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Duas histórias

Gosto bastante de histórias. Acho interessante a maneira como conseguem passar ensinamentos de maneira lúdica e ao mesmo tempo consistente e definitiva. Vale dizer que os grandes sábios da humanidade utilizavam este artifício para compartilhar com as pessoas lições que servem como inspiração até os dias de hoje. Jesus, Buda, Maomé, entre outros.  
Muitas vezes é complicado abordar determinados assuntos ou simplesmente o teor da mensagem que queremos passar acaba se dissipando e não chega genuíno ao nosso interlocutor. Quando passamos este conhecimento através de uma história, a tendência é que fique bem mais sedimentado para aqueles que nos ouvem. Por este motivo nesta semana compartilharei duas histórias que recebi e contemplam simultaneamente temas bem interessantes para o cotidiano atual. Atributos como criatividade, estratégia, inovação, congruência e perspicácia. Faz-nos também atentar para a importância de repensar sobre as pequenas coisas que muitas vezes nós mesmos colocamos como obstáculos em nossas vidas e que ter problemas é inevitável, ser derrotado por eles é opcional. 
‘Um senhor vivia sozinho em Minnesota. Ele queria virar a terra de seu jardim para plantar flores, mas era um trabalho muito pesado. Seu único filho, que o ajudava nesta tarefa, estava na prisão. O homem então escreveu a seguinte carta ao filho: 
'Querido Filho, estou triste, pois não vou poder plantar meu jardim este ano. Detesto não poder fazê-lo, porque sua mãe sempre adorou flores e esta é a época certa para o plantio. Mas eu estou velho demais para cavar a terra. Se você estivesse aqui, eu não teria esse problema, mas sei que você não pode me ajudar, pois estás na prisão. 
Com amor, Seu Pai. ' 
Pouco depois, o pai recebeu o seguinte telegrama: 
'PELO AMOR DE DEUS, Pai, não escave o jardim! Foi lá que eu escondi os corpos' 
Como as correspondências eram monitoradas na prisão, às quatro da manhã do dia seguinte, uma dúzia de agentes do FBI e policiais apareceram e cavaram o jardim inteiro, sem encontrar qualquer corpo. Confuso, o velho escreveu uma carta para o filho contando o que acontecera. 
Esta foi a resposta: 
'Pode plantar seu jardim agora, amado Pai. Isso foi o máximo que eu pude fazer no momento... ' 
A segunda é uma história atribuída ao famoso líder pacifista Mahatma Gandhi, que mostra perfeitamente o que é congruência. Conta que certo dia foi procurado por uma mulher e seu pequeno filho.
- Sr. Gandhi, dizia ela, por favor, peça a meu filho para parar de comer açúcar.
Gandhi olhou nos olhos do garoto, e em seguida para a mulher e disse:
- Volte daqui quinze dias!
Duas semanas se passaram e a mulher voltou com o menino.
- Sr. Gandhi, quinze dias se passaram, e eu gostaria que o senhor dissesse para esse menino parar de comer açúcar.
Gandhi olhou para o garoto e disse; – Pare de comer açúcar!
A mulher então disse a ele – É só isso? Por que não disse na primeira vez em que viemos aqui?
Gandhi calmamente respondeu; – É porque há quinze dias eu ainda comia açúcar!
Você só pode oferecer aos outros o que você tem!

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Pessoas de luz

Acompanhei há alguns dias um interessante debate: As pessoas são ou não são insubstituíveis? Existe uma máxima recorrente em empresas, equipes e relacionamentos que diz que ninguém é insubstituível. Há controvérsias. Pode até ser considerado quando este premissa se aplica a cargos e funções. Ainda assim podemos passar um bom tempo discutindo sobre a veracidade ou não desta sentença.
Particularmente acho que todos somos insubstituíveis. Em alguma instância, na vida de alguém ou no coração de alguém. Este conceito se evidenciou demais para mim nestas últimas semanas.
É inegável que tocamos a vida das pessoas que conhecemos e convivemos e somos tocados por elas. Alguns, no entanto, ultrapassam estes limites. Não apenas tocam a nossa vida, mas sim iluminam oportunamente nossos dias. E mais: Algumas pessoas brilham muito e são responsáveis por iluminar a vida de muitas, muitas pessoas. São literalmente ‘pessoas de luz’.
Às vezes parece que estas pessoas adivinham. Não parece, não. Elas de algum modo adivinham mesmo. Surgem nos momentos onde as brumas aparecem e tornam enevoado o caminho. Manifestam-se por meio de sorrisos, palavras, gestos, mensagens, recados, emails, torpedos, telefonemas e todas estas possibilidades que o ‘mundo moderno’ proporciona.
Chegam colocando sons e tons em nossa vida. Ligam justamente naquele momento em que tudo parece nebuloso. Dizem coisas simples que no momento exato tornam-se essenciais. Sabe quando tudo parece complicado e difícil? Pois é aí que estas ‘pessoas de luz’ surgem. Já reparou? É quase que um indicativo, uma marca que as ‘pessoas de luz’ trazem consigo. 
Certamente já aconteceu contigo e ultimamente tem acontecido comigo. A palavra certa na hora certa. A simples e genuína manifestação, por vezes silenciosa, expressa por um olhar que diz: ‘Tamo junto’
 E isso é muito bom. Faz com que reforcemos nossos conceitos sobre a importância ou não de certas coisas. Faz com que reavaliemos nossos atos e mantenhamo-nos firmes e inabaláveis rumo ao propósito que escolhemos para nossas vidas. Há uma frase que diz: ‘ As adversidades despertam em nós capacidades que em circunstâncias favoráveis teriam ficado adormecidas’. Verdade pura. E isto acontece para que tenhamos sempre os pés no chão e a chance de nos desenvolver. O que me remete a outra frase que costumo citar: ‘Quando achamos que sabemos todas as respostas da vida, a vida vem e muda todas as perguntas’. Se percebermos bem, são oportunidades de melhoria interna. E por isso devemos agradecer.
Neste momento, aproveito para agradecer aos meus familiares que sempre estiveram comigo, à minha esposa, aos AMIGOS (aqueles com letra maiúscula mesmo) e àquelas pessoas que chamei anteriormente de ‘pessoas de luz’. Obrigado. Talvez sem que saibam vocês tem iluminado os meus dias.  Obrigado Pai Celestial por mais esta fase em minha vida. Nada mais oportuno do que ter a chance e a responsabilidade de aplicar com retidão em nossas vidas o que tentamos passar às pessoas. 

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Nesta semana, optei por replicar um texto bem interessante que recebi pela internet há alguns dias, sem que tivesse citado o autor. Peço desculpas, mas ainda assim achei conveniente compartilhá-lo. Caso alguém conheça o autor, basta acessar o site abaixo e me enviar o nome para que eu possa ser justo e mencioná-lo. Ficarei agradecido. O texto conta a história de um executivo que decidiu tirar uma semana de férias numa vila de pescadores. 
O executivo gostava do mar e desejava sossego. Então, alugou uma modesta cabana numa vila de pescadores e partiu para lá com seu carro cheio de mantimentos. 
Uma semana sem fazer nada, longe do estresse diário, sem celular nem televisão, apenas vivendo no paraíso. 
No primeiro dia, ele acordou bem cedo, pegou sua esteira, seu guarda-sol, passou protetor solar e foi à praia. Ainda estava arrumando suas coisas na areia quando viu seu vizinho pela primeira vez. Era um pescador local. Tinha a pele bronzeada, uma aparência saudável e, apesar dos cabelos brancos, um corpo jovial. O pescador colocou uma canoa na água, remou até passar a formação das ondas e jogou a rede. Ao puxá-la, vieram uns cinco ou seis peixes. Ele escolheu dois e devolveu os outros ao mar. Voltou com o barco, guardou os peixes e passou o resto do dia passeando pela praia. 
No dia seguinte a mesma cena se repetiu. Curioso com a atitude de seu vizinho, o executivo não resistiu e abordou o pescador quando ele retornava da pescaria: 
- Desculpe-me a intromissão, mas por que você joga a maioria dos peixes que pesca de volta ao mar? 
- É porque eu só preciso de dois, um para o almoço e outro para o jantar - respondeu o pescador. 
O executivo ficou inconformado com tamanha ignorância. 
- Você está fazendo errado. Deve trazer todos, assim poderá vendê-los - recomendou. 
- Para quê? - perguntou o pescador, surpreso. 
- Porque com o dinheiro da venda você poderá comprar uma rede melhor e pegar mais peixes. 
- E o que eu faria com mais peixes? 
- Ora essa! Vendendo mais peixes você poderá comprar um barco maior e pescar ainda mais peixes... Com o dinheiro da venda destes poderá comprar outro barco e contratar pessoas. Seus barcos poderão fazer pesca em alto-mar, e assim você ganhará mais e mais dinheiro. 
- É mesmo? 
- Claro! E quando você tiver bastante dinheiro não precisará mais trabalhar. Já pensou? Se quiser, poderá ficar na praia o dia todo sem fazer nada - exclamou o executivo. 
O pescador coçou a cabeça sem entender, olhou para o homem à sua frente e disse: 
- Pois é, mas isso eu já faço pescando só dois peixes por dia... 
Não desejo replicar de maneira alguma a idéia de que devemos simplesmente nos conformar com o que temos, muito menos sugerir acomodação, mas talvez as coisas sejam muito mais simples do que imaginamos.
Pescar só por pescar ou utilizar a pesca apenas como meio para se obter mais e mais acaba por distorcer o real propósito, causar um sentimento de eterna insatisfação, vazio interior e tornar a vida desinteressante.